Octávio Felinto Neto, de 17 anos, está há três meses treinando na Toca da Raposa I. Ele é filho de Sandra Regina Arantes do Nascimento Felinto, que só foi reconhecida pelo Rei como filha em 1996, após uma longa batalha judicial. O desafio deste atacante destro, que atua pelos dois lados do campo, é a realização de um sonho: tornar-se jogador de futebol profissional e, se possível, um dia chegar à Seleção Brasileira.
A ligação com Pelé, porém, ele prefere deixar em segundo plano, na esperança de ser reconhecido pelo próprio brilho. É raro se abrir com alguém a respeito do assunto. Ele chegou ao Cruzeiro levado pelo ex-centroavante Fábio Júnior, que o conheceu quando esteve no Guarani de Divinópolis para a disputa do Campeonato Mineiro. Segundo Emerson Cunha, supervisor do juvenil do clube, ninguém sabia sobre o parentesco de Octávio. “Nem eu mesmo. Parece que o Fábio Júnior contou aos diretores, mas não falou nada com a gente. Fui eu quem descobriu há pouco tempo, quando fui tratar do registro dele. Assustei quando vi o nome do avô. Mas não contei nada a ninguém. Não sei como descobriram.”
Octávio diz que, a partir do momento em que os companheiros ficaram sabendo, tudo mudou, ainda que alguns continuassem a chamá-lo pelo nome. “Mas muita gente passou a me chamar de Pelé e Pelezinho.”
A vida de Octávio foi sofrida, pois a mãe morreu há oito anos, em decorrência de um câncer de mama, quando ele tinha apenas 9. A partir daí, começou uma peregrinação em busca do sonho de tornar-se jogador. “Comecei no futsal do Santos. Jogava de ala e pivô. Quando minha mãe faleceu, nos mudamos para Curitiba. Fiquei lá quatro anos. Mas somente nos dois últimos fui jogar num clube, no Paraná, onde fiquei até que o São Paulo me levasse. Atuei na equipe paulista dois anos e meio. Aí, fui para o Guarani de Divinópolis.”
E na equipe divinopolitana, que ficou em 10º lugar no Estadual deste ano, ele teve o que considera uma grande experiência. “Era o time profissional. A pegada é muito maior. A responsabilidade aumenta. Era um clube pequeno, mas era muito importante disputar o Campeonato Mineiro. Aí, surgiu o Cruzeiro. Fiquei feliz com essa oportunidade. Vejo um futuro para mim. Quero me firmar no clube, me tornar um jogador de verdade. Só aí posso pensar em alguma coisa maior, como uma Seleção Brasileira ou jogar no exterior. Na verdade, não penso nisso agora, pois estou aqui no Cruzeiro e quero me firmar e crescer.”
Octávio vive um momento especial, pois acaba de marcar seu primeiro gol no clube. “Foi no jogo contra o Frigo Arnaldo, pelo Campeonato Mineiro. Ganhamos por 6 a 0 e eu fiz o último gol. Quero mais, muito mais. Quero jogar e mostrar que tenho capacidade.”
Mas ser neto de Pelé, segundo ele, tem um ponto bom e outro negativo. “Abre muitas portas. É ótimo, mas, por outro lado, não ter contato com ele é muito ruim. Parece que falta um pedaço na gente. Gostaria de ter esse contato.”
Desconhecido O jovem jogador conta que mal conhece o avô. “Eu só falei com ele duas vezes, assim mesmo, por pouco tempo. Nem tenho o nome dele. Meu irmão tem. Meu pai fez uma homenagem para ele. Ele se chama Gabriel Arantes do Nascimento. É mais novo. Tem só 14 anos. Está jogando no Paraná!”.
E viver o Cruzeiro, sentir a torcida, parece ser uma obsessão de Octávio, que garante ser um torcedor fanático do clube. “Eu fui ao jogo contra o Atlético. Fiquei fascinado. É bonito ver aquela torcida. Gritei o tempo todo. Tirei, rodei a camisa. Não tem como explicar essa emoção, essa torcida. Ela empurra o time o tempo todo. Era um jogo contra o segundo colocado, mas deu para ver e sentir que é o maior rival. Ver aquela torcida, tudo azul, me incentivou. É o que eu quero para a minha vida.”
E a partir desse jogo, começou a procurar pela história do clube. “Conversei com o Klaus Câmara, diretor da base, que me contou algumas coisas. Agora estou sabendo dessa história de que foi o Cruzeiro quem destronou o Santos de meu avô, Pelé. Isso é demais, fantástico. Eu vim pra cá e quero fazer carreira aqui.”
FILHO DE PEIXE NEM SEMPRE PEIXINHO É
Pelé teve um filho, Edinho, que era goleiro. Teve uma carreira mediana, atuando no Santos (1990 e 1991 e 1994 e 1998), além da Portuguesa Santista, São Caetano e Ponte Preta. Em 2005, foi preso por envolvimento com uma quadrilha ligada ao tráfico de drogas, tendo sido condenado em 2014 a 33 anos de prisão. Mas é um dos tantos casos da bola em que descendentes de ídolos vão a campo.
João Leite, ex-goleiro da Seleção Brasileira e Atlético, hoje deputado estadual, tem no filho, Helton Leite, um herdeiro, inclusive na posição. Atua no Botafogo, que disputa a Série B. O ex-lateral-esquerdo do Atlético Paulo Roberto também vive essa expectativa. Seu filho, Paulo Roberto, joga no Tupi, que está muito próximo de conseguir o acesso à Série B. Atua como lateral-direito, zagueiro e volante.
Paulo Isidoro, ex-atacante da Seleção Brasileira, Atlético, Grêmio e Cruzeiro, tem um filho, Fabrício, que tenta seguir seus passos. É atacante e um dos destaques do Formiga, que disputa a Segunda Divisão. Já o artilheiro Dario, ídolo atleticano das décadas de 1960 e 1970, tem o filho Dadazinho como um ex-jogador. Ele tentou se tornar atleta, jogando no Atlético e América. Não foi longe. Formou-se em educação física e hoje trabalha com a base do Coelho.
No Villa Nova, João Paulo, meio-campo, é filho de Pirulito, que também defendeu o time de Nova Lima. Dirceu Lopes, um dos maiores craques da história do futebol mineiro, tendo defendido a Seleção Brasileira, Cruzeiro e Uberlândia, também teve um filho que tentou o futebol. Mas Vinícius acabou preferindo os estudos em vez das chuteiras. Formou-se em ciências contábeis, área em que atua, além de cursar educação física.
Confira a categoria do rapaz, veja seu gol acessando https://www.youtube.com/watch?v=-7nNpefJ19A&feature=youtu.be
Fonte: Cruzeiro.org
A ligação com Pelé, porém, ele prefere deixar em segundo plano, na esperança de ser reconhecido pelo próprio brilho. É raro se abrir com alguém a respeito do assunto. Ele chegou ao Cruzeiro levado pelo ex-centroavante Fábio Júnior, que o conheceu quando esteve no Guarani de Divinópolis para a disputa do Campeonato Mineiro. Segundo Emerson Cunha, supervisor do juvenil do clube, ninguém sabia sobre o parentesco de Octávio. “Nem eu mesmo. Parece que o Fábio Júnior contou aos diretores, mas não falou nada com a gente. Fui eu quem descobriu há pouco tempo, quando fui tratar do registro dele. Assustei quando vi o nome do avô. Mas não contei nada a ninguém. Não sei como descobriram.”
Octávio diz que, a partir do momento em que os companheiros ficaram sabendo, tudo mudou, ainda que alguns continuassem a chamá-lo pelo nome. “Mas muita gente passou a me chamar de Pelé e Pelezinho.”
A vida de Octávio foi sofrida, pois a mãe morreu há oito anos, em decorrência de um câncer de mama, quando ele tinha apenas 9. A partir daí, começou uma peregrinação em busca do sonho de tornar-se jogador. “Comecei no futsal do Santos. Jogava de ala e pivô. Quando minha mãe faleceu, nos mudamos para Curitiba. Fiquei lá quatro anos. Mas somente nos dois últimos fui jogar num clube, no Paraná, onde fiquei até que o São Paulo me levasse. Atuei na equipe paulista dois anos e meio. Aí, fui para o Guarani de Divinópolis.”
E na equipe divinopolitana, que ficou em 10º lugar no Estadual deste ano, ele teve o que considera uma grande experiência. “Era o time profissional. A pegada é muito maior. A responsabilidade aumenta. Era um clube pequeno, mas era muito importante disputar o Campeonato Mineiro. Aí, surgiu o Cruzeiro. Fiquei feliz com essa oportunidade. Vejo um futuro para mim. Quero me firmar no clube, me tornar um jogador de verdade. Só aí posso pensar em alguma coisa maior, como uma Seleção Brasileira ou jogar no exterior. Na verdade, não penso nisso agora, pois estou aqui no Cruzeiro e quero me firmar e crescer.”
Octávio vive um momento especial, pois acaba de marcar seu primeiro gol no clube. “Foi no jogo contra o Frigo Arnaldo, pelo Campeonato Mineiro. Ganhamos por 6 a 0 e eu fiz o último gol. Quero mais, muito mais. Quero jogar e mostrar que tenho capacidade.”
Mas ser neto de Pelé, segundo ele, tem um ponto bom e outro negativo. “Abre muitas portas. É ótimo, mas, por outro lado, não ter contato com ele é muito ruim. Parece que falta um pedaço na gente. Gostaria de ter esse contato.”
Desconhecido O jovem jogador conta que mal conhece o avô. “Eu só falei com ele duas vezes, assim mesmo, por pouco tempo. Nem tenho o nome dele. Meu irmão tem. Meu pai fez uma homenagem para ele. Ele se chama Gabriel Arantes do Nascimento. É mais novo. Tem só 14 anos. Está jogando no Paraná!”.
E viver o Cruzeiro, sentir a torcida, parece ser uma obsessão de Octávio, que garante ser um torcedor fanático do clube. “Eu fui ao jogo contra o Atlético. Fiquei fascinado. É bonito ver aquela torcida. Gritei o tempo todo. Tirei, rodei a camisa. Não tem como explicar essa emoção, essa torcida. Ela empurra o time o tempo todo. Era um jogo contra o segundo colocado, mas deu para ver e sentir que é o maior rival. Ver aquela torcida, tudo azul, me incentivou. É o que eu quero para a minha vida.”
E a partir desse jogo, começou a procurar pela história do clube. “Conversei com o Klaus Câmara, diretor da base, que me contou algumas coisas. Agora estou sabendo dessa história de que foi o Cruzeiro quem destronou o Santos de meu avô, Pelé. Isso é demais, fantástico. Eu vim pra cá e quero fazer carreira aqui.”
FILHO DE PEIXE NEM SEMPRE PEIXINHO É
Pelé teve um filho, Edinho, que era goleiro. Teve uma carreira mediana, atuando no Santos (1990 e 1991 e 1994 e 1998), além da Portuguesa Santista, São Caetano e Ponte Preta. Em 2005, foi preso por envolvimento com uma quadrilha ligada ao tráfico de drogas, tendo sido condenado em 2014 a 33 anos de prisão. Mas é um dos tantos casos da bola em que descendentes de ídolos vão a campo.
João Leite, ex-goleiro da Seleção Brasileira e Atlético, hoje deputado estadual, tem no filho, Helton Leite, um herdeiro, inclusive na posição. Atua no Botafogo, que disputa a Série B. O ex-lateral-esquerdo do Atlético Paulo Roberto também vive essa expectativa. Seu filho, Paulo Roberto, joga no Tupi, que está muito próximo de conseguir o acesso à Série B. Atua como lateral-direito, zagueiro e volante.
Paulo Isidoro, ex-atacante da Seleção Brasileira, Atlético, Grêmio e Cruzeiro, tem um filho, Fabrício, que tenta seguir seus passos. É atacante e um dos destaques do Formiga, que disputa a Segunda Divisão. Já o artilheiro Dario, ídolo atleticano das décadas de 1960 e 1970, tem o filho Dadazinho como um ex-jogador. Ele tentou se tornar atleta, jogando no Atlético e América. Não foi longe. Formou-se em educação física e hoje trabalha com a base do Coelho.
No Villa Nova, João Paulo, meio-campo, é filho de Pirulito, que também defendeu o time de Nova Lima. Dirceu Lopes, um dos maiores craques da história do futebol mineiro, tendo defendido a Seleção Brasileira, Cruzeiro e Uberlândia, também teve um filho que tentou o futebol. Mas Vinícius acabou preferindo os estudos em vez das chuteiras. Formou-se em ciências contábeis, área em que atua, além de cursar educação física.
Confira a categoria do rapaz, veja seu gol acessando https://www.youtube.com/watch?v=-7nNpefJ19A&feature=youtu.be