O lançamento cultural da campanha aconteceu na terça-feira (1º/09), no Museu Histórico Abílio Barreto, em Belo Horizonte, com a presença de políticos, representantes do MPMG e do setor cultural, principalmente os protagonistas: negros, pessoas com deficiência, público LGBT, mulheres e povos tradicionais. A campanha, que já repercute nas redes sociais, ganhou adesão de vários parceiros, entre eles a secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese).
No palco montado na área externa do museu, a jornalista mineira e modelo transexual, Carol Marra, conduziu a cerimônia e logo nas primeiras palavras incitou uma reflexão sobre o tema. “Fui a primeira trans a ser capa de revista feminina e do jornal The New York Times, o que não deveria ser motivo de orgulho e sim algo normal”, ressaltou.
Construção coletiva
De acordo com a promotora de Justiça Nívia Mônica, coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos (CAO-DH), idealizadora do projeto, a ideia é incentivar a construção coletiva como forma de transformação social. “Esperamos que a campanha se multiplique com a participação dessas pessoas do meio artístico e cultural e que o respeito faça de fato a diferença, pois é um dever de todos”, ponderou.
Na opinião da Drag Queen Lorelay Fox, para superar o preconceito é preciso que as pessoas se amem mais, importem com o conteúdo e se eduquem melhor. "A gente tem que ter segurança dos nossos valores e não ligar para opinião alheia", acrescentou. Sobre a campanha, Fox considera que toda visibilidade é benéfica. "A proposta é importante porque traz um questionamento para a sociedade, um comprometimento de olhar para o outro com respeito".
A Presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, Kátia Ferraz, avalia que o Ministério Público tem ajudado a fiscalizar e precisa penalizar as atitudes discriminatórias. “A discriminação traz um grande prejuízo e a sociedade tem de mudar os seus valores de forma que a pessoa com deficiência seja empoderada e participativa, pois ela está incluída em todos os espaços”. O MPMG disponibiliza o disque 127, um canal para denúncias de discriminação.
A campanha “Que diferença faz?” segue até 10 de dezembro e pode ser acessada também pelo Facebook, na página qdf.quediferencafaz e no twitter @quediferencafaz. Em meio aos questionamentos e provocações ao longo da campanha, o resultado é mostrar que “O seu respeito faz toda a diferença”.
Fonte: Sedese-MG