Até dia 20 de setembro, eles disputam prêmios em Poços de Caldas.
Para explicar como se deu a formação rochosa existente no ponto turístico Pedra Balão, em Poços de Caldas (MG), estudantes de 28 países coletam informações e amostras do local para estudar como ele se densenvolveu. A atividade faz parte da programação da 9ª edição da Olimpíada Internacional de Ciências da Terra (IESO), que é realizada pela primeira vez no Brasil. Até o dia 20 de setembro, jovens de todo o mundo testam seus conhecimentos em matérias como geologia, meteorologia, ciência ambiental e astronomia terrestre por meio de provas teóricas e práticas.
Com apoio do Instituto Federal do Sul de Minas, o encontro é novidade para todos os participantes, que entre estudantes, professores e produtores, somam mais de 200 pessoas. Para a norueguesa Lise Eiane, de 17 anos, a formação rochosa encontrada no município é uma das lembranças que ela levará para o local em que vive.
“As rochas daqui são muito diferentes das rochas que existem no meu país. Não temos rochas magnéticas como estas na Noruega. São elementos muito interessantes”, disse a estudante.
Mas esta não é a única novidade para os alunos que disputam os primeiros lugares na Olimpíada, para qual se prepararam durante meses. Esta foi a primeira vez, entre as edições do evento, que as provas foram realizadas em campo. Até o próximo domingo (20), os alunos devem participar de provas escritas e práticas sobre as ciências da terra, entre elas geologia, meteorologia, ciência ambiental e astronomia terrestre.
Na prova realizada na tarde desta quarta-feira (16), as questões só foram reveladas no local. A prova foi batizada como “The mystery of The ball stone”, ou “O mistério da Pedra Balão” e envolveu perguntas sobre a formação rochosa e os fenômenos da terra. Para respondê-las, os estudantes reuniram-se em equipes durante a tarde, no Palace Hotel, onde estão hospedados, e debateram as possíveis respostas. Eles tiveram a ajuda de tradutores online, já que embora a língua oficial do encontro seja o inglês, os dialetos e sotaques dificultam a comunicação.
A escolha da Pedra Balão se deu após reuniões do comitê organizador e por indicação de educadores da região. Para o jovem Tharindei Wiclremasinghe, do Sri Lanka, a principal suposição para a formação rochosa da Pedra Balão deve-se ao fato da cidade estar situada sobre um vulcão extinto.
“È nossa primeira suposição e talvez a principal conclusão”, disse.
Contudo, para o presidente da Organização Internacional de Educação em Geociência (IGEO), o indiano Rajasekhaiah Shankar, o mais importante nas Olimpíadas da Terra, além da premiação, é estabelecer a troca de informações entre os estudantes de diferentes delegações e países.
“Na folha do teste aplicado aqui [na Pedra Balão] deixamos escrito ‘abra sua mente’, porque queremos que eles pensem, que eles abram a mente, que eles pesquisem, interajam entre si, conversem, descubram as coisas. Mais do que responder as questões, eles tem que experimentar a vivência. As olimpíadas são sobre isso também”, acrescentou.
Sobre a Olimpíada Internacional de Ciências da Terra
Promovida pela pela International Geoscience Education Organization (IGEO), a 9ª edição da Olimpíada Internacional de Ciências da Terra é realizada pela primeira vez no Brasil. Ao todo, 28 delegações que representam os países participantes e observadores da olimpíada científica estão hospedados no Palace Hotel, no Centro de Poços de Caldas, que foi fechado para o encontro.
Estão no município jovens com idades entre 15 e 18 anos, de países como Austrália, Áustria,França, Alemanha, Índia, Indonésia, Israel, Itália, Japão, Cazaquistão, Coréia, Noruega,Paquistão, Portugal, Romênia, Rússia, Espanha, Sri Lanka, Taiwan, Tailândia, Ucrânia,Estados Unidos, além do Brasil. A Argentina, Bolívia, África do Sul, Malawi e Irã participam do evento apenas como observadoras.
Para participar da competição, essas equipes foram selecionadas em disputas nacionais. No Brasil, os representantes são medalhistas da Olimpíada Brasileira de Agropecuária (OBAP). A programação do evento inclui além desde atividades científicas, oportunidades de troca de experiências e de interação entre os participantes, apresentações culturais e visita a pontos turísticos da cidade.