Dupla está recolhendo assinaturas para propor projeto de iniciativa popular. Segundo organizadores, ideia é reduzir os vencimentos em até 50%
Dois moradores iniciaram um abaixo-assinado pedindo a redução do salário dos vereadores de Poços de Caldas. Segundo eles, a ideia é recolher assinaturas suficientes para encaminhar um projeto de iniciativa popular à Câmara propondo a redução de 50% nos vencimentos, que atualmente são de cerca de R$ 7,8 mil reais.
A coleta das assinaturas está sendo feita em diversos bairros da cidade e conduzida pelo empresário Vicente Ignez e pela artesã Maria da Conceição Vivaldi. Segundo os organizadores, mais de 3,7 mil pessoas já participam da lista, que precisa de 5,5 mil nomes.
"Também vamos propor a redução de 30% do salário do prefeito, vice-prefeito e secretariado", diz Ignez.
"Vêm [assinar] porque estão revoltados com a situação do país. Todos ganhando tão pouco, desemprego geral e o salário alto demais para os vereadores", completa Maria da Conceição.
Para os eleitores, o dinheiro economizado com essa possível redução no salário dos políticos já daria uma grande ajuda no pagamento de outras contas.
"Eles devem colaborar com o país. A situação está difícil? Está. Então todo mundo tem que tirar um pouquinho, né?", diz um dos eleitores que assinou a lista.
Andradas
Após sofrer com queda na arrecadação, a prefeitura de Andradas (MG) decretou corte de gastos. Um decreto autorizou a redução espontânea nos salários do prefeito, secretários e gerentes, proibiu a contratação de novos servidores e a ordem para as secretarias é enxugar o que for possível no orçamento.
A iniciativa foi seguida pela Câmara de Vereadores do município, onde o presidente da casa, Hamilton Raimundo (PSD), abriu mão de 15% do pagamento, tendo uma redução de cerca de R$ 340. Uma economia de aproximadamente R$ 1360,00 até o fim do ano. "Mesmo que seja pouco, mas eu acho que é uma ajuda que vai ser bem vista pelo chefe do Poder Executivo", diz o vereador.
Além disso, os vereadores anteciparam a devolução de parte do repasse anual feito pela prefeitura. Dos R$ 600 mil em caixa, R$ 150 mil já voltaram para os cofres do município. No entanto, a medida ainda é alvo de críticas, já que a oposição considera que o município deveria ter se preparado melhor para a queda na arrecadação.
"O ICMS e o Fundo de Participação não reduziu, a nosso ver, pode ser que nos últimos meses ele tem tido uma redução, mas no passado, nosso máximo montante, que nós pegamos desde 2013, ele não reduziu tanto assim para levar o motivo de uma crise em Andradas de mais de R$ 4 milhões", afirma o vereador Clóvis Carvalho (PT).
Com G1 Sul de Minas