Radares na Fernão Dias começam a multar a partir de segunda-feira - Foto/divulgação |
Os 19 aparelhos começaram a ser testados no início do ano passado. De fevereiro de 2014 até abril deste ano, os fiscais eletrônicos registraram mais de 2 milhões de veículos acima da velocidade em todo o trecho. Enquanto a burocracia travava as punições, apenas em Minas 117 pessoas morreram em 6,7 mil acidentes no ana passado. Nos quatro primeiros meses deste ano, foram mais 42 óbitos e quase 2,2 mil acidentes, o que indica tendência de aumento dos indicadores . Um dos equipamentos que costumam flagrar condutores apressados é o radar colocado no km 525, em Brumadinho, na Grande BH, sentido São Paulo. Ontem, a equipe do Estado de Minas flagrou veículos reduzindo bruscamente a velocidade ao passar pelo equipamento, que fica em um trecho de longa descida, conhecido como Serra de Igarapé.
Para o diretor-superintendente da Autopista Fernão Dias, Helvécio Tamm, a simples colocação dos radares, mesmo sem emissão de multas, já representou redução de acidentes e mortes. “Esperamos de agora para frente uma redução maior ainda do número de acidentes e vítimas. Como a Fernão Dias tem um número muito grande de motoristas que circulam sempre pela estrada, muitos sabem que os radares ainda não estavam multando”, afirma o diretor.
Acostumado a rodar 7 mil quilômetros por mês, muitos deles na Rodovia Fernão Dias, o comerciante Luiz Flecha, de 63, acredita que já passou da hora de as multas começarem a chegar para quem abusa e excede os limites de velocidade. “Tenho certeza de que muitas pessoas que rodam nesta estrada sabem que os radares estão ligados, mas não estão multando. Quando essas pessoas encontram aqueles que realmente reduzem, acaba criando um risco de acidentes, porque um diminui e o outro, não”, afirma.
O caminhoneiro José Antônio de Oliveira, de 38, roda frequentemente entre o Rio de Janeiro, Belo Horizonte e o Sul de Minas e conhece bem as curvas da Fernão Dias. A fiscalização eletrônica é uma boa alternativa para reduzir os abusos de velocidade que acabam terminando em acidentes, segundo ele. “Como é uma rodovia que tem boas condições, as pessoas acham que podem correr. Até mesmo os caminhoneiros. Trabalhamos com cargas agendadas e algumas vezes não tem jeito, a gente acaba acelerando mesmo”, afirma o condutor profissional.
Francisco Aparecido de Faria, de 37, também caminhoneiro, diz que, como os radares já estão instalados, ele respeita o limite de velocidade. “De qualquer forma é bom saber que vão começar a multar, porque os motoristas só sentem que precisam mudar o comportamento quando pesa no bolso. Ainda acho necessário instalar mais radares, pois muita gente diminui apenas quando vê a placa e o poste. Logo em seguida, acelera outra vez”, afirma.
Fonte: Estado de Minas