Caetano Lacerda, escritor mineiro de 16 anos, participa da Flipoços 2015

Escritor lançou seu primeiro livro aos 15 anos


A décima edição da Feira do Livro de Poços de Caldas (Flipoços), que acontece entre o dia 25 de abril e 3 de maio, vai contar com a presença do escritor juruaiense Caetano Lacerda. O jovem vai estar no estande dos escritores independentes para divulgar sua primeira obra literária, escrita aos 15 anos, cujo título é “Um breve momento”, inspirado nos modernistas do início do século XX.

No dia 26 (domingo), às 18h, no Espaço Hora da Prosa, Caetano Lacerda fará uma palestra com o tema “Como publicar seu primeiro livro na adolescência”. O jovem escritor sempre foi apaixonado por literatura e acabou transformando essa paixão em uma obra. Além do amor pelos livros, Caetano Lacerda é fluente em inglês e francês, e estuda alemão e espanhol. É, também grande apreciador do cinema francês e da literatura russa.

A obra mostra que Caetano Lacerda é um jovem apenas na cronologia. Sua alma revela profundidade e uma tristeza que chocam. “Um Breve Momento é, sem dúvida, um livro autobiográfico, no sentido em que as coisas descritas nele revelam aquilo que eu vejo, penso e sinto – muito mais do que o que eu faço”, comenta o escritor.

A maturidade é uma característica marcante em Lacerda. E ele se mostra um realista quanto ao futuro. “Com este livro pretendo iniciar oficialmente minha vida como escritor. Não espero já grande reconhecimento - mas seria certamente muito bom que ele ocorresse agora. Minhas pretensões futuras são construir uma linguagem muito pessoal e original; e contar histórias nunca antes pensadas, de maneiras novas e diferentes de como foram feitas anteriormente. E, assim, num futuro mais distante - daqui a duzentos ou trezentos anos - ser reconhecido, assim como Goethe, Dostoievski, Mann, Joyce e Machado de Assis hoje o são”, diz Caetano.

Um Breve Momento

A primeira obra de Caetano Lacerda não tem um gênero específico. “Eu diria que este livro não possui, de fato, um gênero especial. Talvez a definição mais aproximada seja romance experimental, pois Um Breve Momentofoge às regras narrativas e apresenta uma história confusa e, por vezes, quase incompreensível”, explica Lacerda.

O personagem é um misantropo e vive em um mundo onírico e o tempo da narrativa é indefinido. Narrado através de um ponto de vista incerto, Um Breve Momento conta a história de um homem extraordinário dentro da sua ordinariedade. Esse homem carrega consigo um incessante sofrimento, pois percebe que é obrigado a viver com outros seres humanos. Mergulhado em paixões efêmeras e delírios oníricos, ele vive na dualidade de ser um humanista antissocial. Após uma tentativa fracassada de interação social, encontra-se com algumas pessoas que prometem responder a todas as suas perguntas. Mas, ao descobrir manuscritos de origem incerta, que o levam aos mais terríveis labirintos mentais, ele chega à questão principal de sua vida: vale a pena achar as respostas de suas indagações, ou a beleza da dúvida lhe oferece uma existência plena?

Assim como o personagem do livro, a linguagem é uma extensão da história. Lacerda não segue as convencionais regras de pontuação, repete quase que incessantemente certas palavras e ideias. “Pois assim é a vida: complexa, contraditória, confusa. Então que seja também assim a arte”, explica.

Eliana Sonja