As meninas de 11 a 14 que ainda não receberam a primeira dose também serão vacinadas nessa etapa. Para as garotas que só receberam a primeira dose, a recomendação é que retornem à unidade de saúde para receber a segunda dose e dar continuidade ao esquema vacinal. “Devemos chamar atenção em Minas Gerais para as meninas que não receberam a segunda dose da vacina, lembrar que só com a primeira dose ela não fica protegida. Neste momento, o Ministério da Saúde está oferecendo a oportunidade para estas meninas de até 14 anos que receberam a primeira dose, tomar a segunda, e as meninas até 13 anos 11 meses e 29 dias que ainda não receberam a primeira dose, iniciar seu esquema de vacina HPV”, alerta a coordenadora de imunização da Secretaria de Estado de Saúde, Tânia Brant.
Na primeira etapa da campanha contra o HPV, iniciada em março de 2014, foram vacinadas 497.449 (103%) meninas de 11 a 14 anos em Minas Gerais, superando a meta de 80% preconizada pelo Ministério da Saúde. A vacinação ocorreu nas escolas e nas unidades básicas de saúde. No entanto, para a segunda dose, apenas 326.452 meninas mineiras (67%) retornaram às unidades de saúde.
O esquema vacinal contra o HPV é composto por três doses, sendo que a segunda dose deve ser tomada seis meses após a primeira, e a terceira cinco anos após a primeira. Apenas com o esquema vacinal completo é possível garantir a imunização.
A introdução da vacina HPV quadrivalente, que confere proteção contra HPV de baixo e de alto risco, no Sistema Único de Saúde, tem o objetivo de reduzir os índices de câncer de colo uterino, já que a doença tem relação direta com a infecção causada pelo vírus HPV. “O câncer é a terceira causa de morte entre as mulheres. Quando a menina é vacinada com as duas doses ela fica protegida para os HPV 16 e 18, que são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo do útero e 90% para verrugas nos genitais com o HPV 6 e 11”, esclarece a coordenadora de imunização da SES, Tânia Brant.
Público alvo e reações
A vacina contra o HPV é totalmente segura, só não é recomendada para mulheres que tenham hipersensibilidade ao princípio ativo ou a qualquer um dos componentes da vacina ou que apresentaram reações graves na primeira dose. Mulheres grávidas também não podem tomar a vacina, mas não há contraindicação para as mulheres que estão amamentando.
A reação comumente esperada após a vacinação contra o HPV é dor local. Em 2014 foram notificados algumas reações em adolescentes como dor de cabeça, tonturas, desmaios, falta de ar, fraquezas nas pernas sem que nenhuma alteração clínica ou laboratorial fosse identificada. Estes eventos estão relacionados à reação de ansiedade pós-vacinação desencadeados por estímulos como medo de injeção, locais quentes ou superlotados, permanência de pé por longo tempo e fadiga. Não têm nenhuma relação direta com os componentes da vacina contra o HPV, sendo observados em outras ocasiões de recebimento de vacinas ou medicamentos injetáveis.
Relação HIV/Aids e HPV
As meninas e mulheres que convivem com HIV e Aids foram incorporadas como público prioritário nessa nova etapa da campanha de vacinação devido a estudos que apontaram que esse público tem cinco vezes mais chances de desenvolver o câncer cervical em comparação com a população em geral. Além disso, elas também estão mais propensas a terem lesões causadas por HPV maiores e em maior número e com maiores chances de reaparecerem após o tratamento.
Para as meninas e mulheres que convivem com o HIV, as três doses da vacina serão ministradas no intervalo de seis meses, sendo a segunda dose dois meses após a primeira, e a terceira seis meses após a primeira.