A Subsecretaria de Políticas Sobre Drogas (Supod) divulgou novo estudo anual sobre o perfil do dependente químico atendido pelo Estado, realizado com usuários do Centro de Referência Estadual em Álcool e Drogas (CREAD). O estudo é usado para nortear as políticas publicas de combate às drogas em Minas Gerais.
Na edição 2014, 1.976 novos pacientes foram registrados. Destes, 45% procuram ajuda sozinhos. Outros 38% foram levadas por familiares, sendo que 82% dos entrevistados relatou que algum parente já havia usado droga. Quase a metade, 49%, nunca tinha feito tratamento para combater o vício. A metade afirmou que já ficou um tempo sem drogas – porém, voltou a usar uma dosagem ainda maior.
Aproximadamente 21% assumiram nunca ter ficado sem drogas depois de experimentar pela primeira vez. Já os pacientes com problemas na Justiça são 49%. Os homens representam 83,5% dos entrevistados - e 51% desse total tem hoje entre 25 e 29 anos. Os jovens entre 18 e 24 anos representam 15,5%. Adolescentes entre 12 e 17 anos somam 5%, mas a maioria começou cedo. E 67,5%, experimentou drogas entre 12 e 17 anos.
A droga de início de 37% foi o álcool, com o tabaco aparecendo em seguida, com 32%. Hoje, 17% usam crack. As condições econômicas e sociais estão intimamente relacionadas. O vício causou problemas econômicos e sociais em 27% dos casos. A renda mensal familiar é de zero a um salário mínimo entre 38% dos entrevistados e de um a três salários em 40% dos casos, sendo que 41% relataram estar desempregado quando procuraram atendimento. Cerca de 45% das pessoas tinham ensino fundamental incompleto à época.
A superintendente do Cread, Rosângela Paulino, explica que o tratamento deve considerar o contexto. “Apesar de o foco ser o tratamento das drogas, tenta-se ver a pessoa como um todo. O uso de entorpecentes traz, principalmente, problemas sociais e financeiros.”, disse.
O Cread é o polo de implementação das políticas públicas sobre drogas de Minas Gerais. Em BH, há uma equipe técnica composta de profissionais (psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros) prontos para atender e orientar, gratuitamente, educadores, famílias e os próprios usuários de álcool e outras drogas. Quando necessário, os técnicos encaminham o demandante para instituições especializadas em dependência química da rede de saúde ou grupos de mútua ajuda.
Para ser atendido
Pessoalmente na sede do Cread - rua Rio de Janeiro, 471, terceiro andar – das 7h30 às 17h
Pelo telefone 155 opção 1
Por e-mail cread@defesasocial.mg.gov.br
Por: Dayana Lourdes Silva
Crédito imagens: Dayana Lourdes Silva