Moradores de cidades sem Samu pedem atendimento no Sul de MG

População reclama da falta de convênio e cobra socorro mais ágil.
Caldas recusa convênio para não pagar retroativos e fica sem Samu.

Moradores dos 11 municípios do Sul de Minas que ainda não aderiram ao consórcio que administra o Samu Regional pedem atendimento. Para eles, a ausência do convênio impede socorros mais ágeis na região.

Em Monte Belo (MG), por exemplo, quando alguém precisa de ambulância, tem que esperar. “Quando precisamos, demora. Tem que ficar esperando, o atendimento não vem rápido como seria o Samu”, disse o taxista Francisco de Paula Ribeiro.

Na cidade, a lei que permite contratar o Samu foi aprovada em 2011, mas o contrato ainda não foi assinado. Segundo a secretária de Saúde, Marcelly de Cássia Martins, as mudanças na data de inauguração comprometeram a adesão. “Foram feitas várias mudanças nas datas de inauguração. O município se empenhou com o que foi pedido e agora com a implantação, está disponível para resolver a parte burocrática o mais rápido possível”, pontuou.

Outra cidade que ainda não assinou o consórcio com o Samu é Fama (MG), que está a 15 km deAlfenas (MG), onde já existe uma base. Se alguém ligar para o 192, receberá a informação de que deve procurar o Corpo de Bombeiros ou a Polícia Militar, dependendo da ocorrência.

Questionado, o prefeito de Fama, Ângelo Henrique Saksida, informou que tem interesse em fazer parte do consórcio. “A Câmara de Vereadores está em recesso, mas nós já enviamos o pedido, estamos com tudo pronto, todos os papéis, queremos aderir”, destacou.

A população anseia para que dê certo. “Seria ótimo termos o Samu aqui e atendimento com mais rapidez”, comentou a moradora Rita de Cássia.

Além de Monte Belo e Fama, estão na lista Caldas (MG), Carmo da Cachoeira (MG), Conceição das Pedras (MG), Consolação (MG), Santana da Vargem (MG), São José da Barra (MG), São Tomé das Letras (MG), Sapucaí Mirim (MG) e Itamogi (MG).

O gerente de logística do Samu, Jovane Ernesto Constantine informou sobre o consórcio. “Antes do início, nós notificamos todos os municípios, caso eles quisessem se regularizar de acordo com a lei e também orientamos para onde os cidadãos deveriam ligar, caso tivessem dúvidas quanto ao Samu”, disse.


Motivos que atrasam a adesão

Segundo o consórcio, entre os motivos que atrasam a adesão está o pagamento dos retroativos. Cada município tem que pagar R$ 0,10 por habitante a partir de junho de 2013 até a data da assinatura do contrato. Por exemplo, em Monte Belo são 13.440 habitantes, por mês a prefeitura paga R$ 1.344. Se o contrato fosse assinado hoje, o valor total do retroativo seria de R$ 25.556. A partir do contrato assinado, o valor por pessoa sobe de R$ 0,10 para R$ 0,25.

Com isso, dos 11 municípios que ainda não fizeram a adesão, Caldas é a única que não fará. A prefeitura justificou, por meio de uma nota, que o investimento é alto, podendo ultrapassar os R$ 100 mil. E, mesmo com as verbas oficiais, o município não conseguiria arcar com o valor.

A população lamenta a decisão tomada. “O Samu seria para quem precisa, sem dúvida foi uma perda triste”, disse o radialista Ernane Luiz D´ambrosio.

A cantineira Sônia Dias de Souza também reclamou. “Acho que tinha que ter aderido sim, a população fica mais tranquila com Samu, sabe que liga e rapidinho vem”, completou.

Entenda o Samu Regional
As ligações para o 192 vão cair em uma Central Reguladora em Varginha (MG), que começou a operar no dia 31 de janeiro.

Nela, os operadores vão atender as ligações e avaliar a base mais próxima e o melhor hospital para o atendimento de acordo com a gravidade da emergência. A central ainda conta com uma tecnologia que permite monitorar cada ambulância via satélite, através do GPS, o que promete levar mais qualidade e agilidade no atendimento.

Entre os vários tipos de casos que são atendidos estão afogamentos, queimaduras graves, problemas cardiorespiratórios e também vítimas de acidentes com carros.


Fonte G1