Se a medida for aprovada nesses termos, os veículos a gasolina poderão apresentar problemas, principalmente os modelos mais antigos. Para Edson Orikassa, da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, o aumento do percentual de etanol na gasolina pode provocar uma reação química nos polímeros que estão em contato com o combustível (como vedações, mangueiras, tubos e o próprio tanque), podendo causar até vazamento de combustível. Segundo Orikassa, outro problema decorrente disso seria a necessidade de uma nova regulagem no carburador desses veículos.
O engenheiro também prevê problemas para os importados, uma queda na performance do motor e falhas provenientes do processamento incorreto do software do veículo frente à nova mistura. De acordo com Mauricio Assumpção Trielli, professor de engenharia mecânica do Centro Universitário FEI e especialista em motores e combustíveis, também existe uma preocupação quanto à deformação de materiais nos veículos importados.
Apesar de os veículos flex estarem preparados para a mistura de gasolina e etanol em qualquer proporção, os proprietários vão amargar algum prejuízo, nem que seja o fato de estar pagando por gasolina e levando ainda mais etanol. Para esses , o mínimo que se pode esperar é no consumo de combustível. Trielli afirma que a mudança também não traz muito benefício ambiental, já que, se por um lado ocorre a diminuição do monóxido de carbono, por outro aumenta a emissão de aldeídos.
A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) se manifestou sobre a necessidade de realização de testes de durabilidade capazes de detectar o desgaste de peças e componentes das motocicletas com a maior utilização do etanol na gasolina, a fim de obter uma avaliação mais precisa sobre os efeitos da nova mistura.
Fonte: estadodeminasvrum.com.br