Companhia tenta acordo para manter a posse das usinas de Jaguara, São Simão e Miranda
Julgamento da renovação da concessão de Jaguara definirá o destino das usinas de São Simão - Foto: Miranda/Divulgação
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Para ele, a manutenção das usinas no portfólio da Cemig é fundamental para que a concessionária mantenha sua capacidade de geração. Porém, como a empresa está perdendo a disputa judicial que trava com o governo federal, a estratégia agora é o diálogo, que inclusive já começou.
O objetivo é concluir as negociações antes que a ministra Assusete Magalhães, do STJ, com quem está o processo, dê seu voto em relação à renovação por mais 20 anos da concessão de Jaguara. O prazo para que isso aconteça se encerra em 23 de março, mas ele pode ser estendido até 23 de abril, caso ela solicite. Por enquanto, a Cemig tem 4 votos contra e 2 a favor e a decisão abrirá precedente para o julgamento do futuro de São Simão e Miranda.
"Estamos trabalhando com plena consciência de que o prazo é exíguo. Temos praticamente dois meses, se pensarmos no dia 23 de março, para concluir um processo bem-sucedido de negociação. Acreditamos que é possível, uma vez que os parâmetros já estão bastante claros para todos os lados", afirma Lemos.
Assim como a administração anterior, a nova diretoria da estatal também bate na tecla de que o contrato permitiria mais uma renovação dos três ativos. Mas o governo justifica que houve alteração na lei e que foi dado prazo para que a Cemig se manifestasse. Porém, a concessionária não se pronunciou sobre o assunto, por não aceitar as novas regras, que impunham como retorno financeiro apenas uma tarifa de operação e manutenção das usinas.
"Tenho plena certeza que estamos no caminho certo. Temos o apoio político do governador Fernando Pimentel e vamos tentar construir essa solução de forma tecnicamente mais sólida, para que todos os lados se sintam confortáveis com uma solução definitiva", disse o executivo.
Ainda durante a teleconferência, Borges reafirmou dois compromissos: com os consumidores e com os acionistas. E prometeu manter a política de aquisição e diversificação da carteira.
Inflação - Mesmo com um discurso destinado a acalmar o mercado, ainda restam muitas dúvidas sobre as novas diretrizes da empresa. Analistas questionam até que ponto o grupo poderá ser usado para manter preços mais baixos, com o objetivo de reduzir os impactos na inflação, como ocorreu com a estatal federal Eletrobrás.
"Com base na política adotada nas estatais pelo governo federal nos últimos anos, estou muito pessimista. Temo que façam o mesmo com a Cemig, lembrando que a Eletrobras teve 25% do seu patrimônio destruído em três anos, por causa de uma política equivocada. E o governador é do mesmo partido que a presidente da República", afirma o analista da Lopes Filho, Alexandre Furtado Montes.
Fonte: Diário do Comércio