Disque Denúncia completa sete anos e se consolida como instrumento de prevenção ao crime



Neste mês de dezembro, o 181 Disque Denúncia completa sete anos de funcionamento e se consolida como uma ferramenta eficiente e reconhecida pela população para o enfrentamento da criminalidade e para a prevenção de sinistros. O serviço, gerido pela Secretaria de Estado de Defesa Social em parceria com o Minas Pela Paz, já registrou mais de 500 mil denúncias desde sua criação, em 2007. Foram mais de seis milhões de chamadas até novembro de 2014, com uma média de 6,9 mil denúncias por mês e 228 denúncias por dia. Para conquistar estes resultados, o 181 Disque Denúncia preza por um princípio fundamental: a preservação do anonimato do denunciante.

Casos famosos

Ao longo dos anos, foram vários os casos solucionados por meio deste serviço de inteligência policial. O furto de armas na Central de Escoltas no entorno do Presídio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, em março deste ano, é um deles. Destaca-se também o episódio de incêndio na Boate Kiss, em janeiro de 2013, em Santa Maria, que desencadeou um número recorde de denúncias relativas às casas noturnas em Minas Gerais.

Em abril de 2008, um estudante universitário tentou matar a tiros a ex-namorada dentro da faculdade em que ela estudava, no bairro Buritis, em Belo Horizonte. Cinco dias depois, a partir de uma denúncia anônima ao 181, uma equipe da Polícia Civil o localizou e prendeu em uma clínica onde estava internado.

Em julho de 2010, o Disque Denúncia recebeu mais de 150 ligações com informações que poderiam colaborar para esclarecer o desaparecimento de Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro Bruno, o que possibilitou que as investigações tivessem prosseguimento.

Ganho de eficiência

E, além de importantes casos solucionados, um dos mais importantes resultados do 181 Disque Denúncia ao longo destes sete anos é o ganho de eficiência, demonstrado pelo número de chamadas atendidas comparado ao número de denúncias efetivamente registradas. As denúncias registradas tiveram um aumento de 62% de junho de 2010 (4.267) a novembro de 2014 (6.913), enquanto as chamadas atendidas tiveram uma queda de 33% entre junho de 2010 (81.721) e novembro de 2014 (54.021). Essa tendência demonstra que o serviço está mais eficaz, na medida em que filtra melhor as chamadas recebidas e as informações importantes são melhor apuradas, o que resulta em mais denúncias efetivas. Este resultado se deve à experiência acumulada, à capacitação das atendentes e também ao trabalho conjunto das polícias Civil, Militar e do Corpo de Bombeiros.

Desde a criação do 181 Disque Denúncia, o tráfico de drogas é o principal crime relatado pelos denunciantes, passando de 24.601 denúncias em 2008 para 49.753 até novembro de 2014, um aumento de 102%. O crime, que movimenta milhões de reais, interfere diretamente no cotidiano de várias pessoas e desencadeia uma série de outros delitos. Em função do serviço, já foi apreendido um total estimado de mais de 25 toneladas de drogas nos últimos sete anos.

Outro tipo de denúncia com um número significativo de registros por meio do 181 Disque Denúncia é a relacionada a atividades do Corpo de Bombeiros, que registra o segundo maior número de registros. São chamadas relativas a pedidos de vistoria de fiscalização em residências, estabelecimentos comerciais, eventos, casas de shows e outros lugares com risco de sinistros. As denúncias dessa natureza são determinantes para que tragédias de grandes proporções sejam evitadas.

Belo Horizonte e outros municípios da Região Metropolitana são a origem da maior parte das chamadas do 181 Disque Denúncia, com 45% do total de chamadas. No entanto, em outras cidades o serviço também é reconhecido como um canal importante de prevenção à criminalidade, como em Juiz de Fora (6% do total de chamadas) e Uberlândia (6% do total de chamadas).


Como funciona o 181 Disque Denúncia


O 181 Disque Denúncia funciona 24 horas por dia, 365 dias por ano. O cidadão faz a denúncia por meio do número telefônico 181 e recebe uma senha para acompanhar o resultado das investigações. São 45 atendentes treinados para preservar o denunciante e, ao mesmo tempo, extrair dele as informações relevantes sobre o fato. Um software, adquirido pelo Minas Pela Paz, dá as bases para o trabalho. As informações são registradas no sistema e encaminhadas a uma mesa composta por analistas da Polícia Civil, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. Esses profissionais analisam e incorporam à denúncia outras informações que possam auxiliar na investigação e enviam para a ação da unidade de ponta responsável pela região denunciada. Após as investigações, as informações sobre resultados e providências adotadas retornam à mesa de análise, para que o resultado fique disponível para o denunciante. Assim, em até 90 dias, o cidadão que retorna a ligação com a senha em mãos pode receber, sem se identificar, as informações sobre o processo iniciado por meio da sua denúncia.


Fonte: SEDS