DE OLHO NA CONTA DE LUZ - Tarifa da Cemig tende a subir ao longo de 2015


Ano começa com alta de R$ 0,03 por kWh


Com a utilização da bandeira vermelha, os consumidores terão que pagar R$ 0,03 a mais por quilowatt-hora - 
Foto: ilustrativa

Se as condições para a geração de energia elétrica em 2015 repetirem as verificadas no atual exercício, os consumidores mineiros terão um ano de encarecimento na conta de luz pela frente. Já em janeiro, quando entra em vigor o novo sistema de bandeiras tarifárias, o custo do quilowatt-hora terá um acréscimo de R$ 0,03 em Minas Gerais.

O sistema compreende a utilização de três bandeiras (verde, amarela e vermelha) que sinalizam as condições para a geração de energia. Ou seja, as oscilações dos preços ocasionadas pelas variações hidrológicas e a maior utilização das usinas termelétricas serão sinalizadas ao consumidor conforme cada período.

O gerente de Gestão e Controle do Faturamento de Energia Elétrica da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Mauro Marinho Campos, explica que desde junho do ano passado as distribuidoras já indicavam na conta, em caráter experimental, qual seria a bandeira tarifária. "Se em 2014 estivesse em vigor, teríamos passado pela bandeira amarela em janeiro e os demais meses na bandeira vermelha", afirma.

A bandeira verde sinaliza condições favoráveis de geração, desta forma a tarifa não terá acréscimo. Já a bandeira amarela indica aumento no custo, resultando em um incremento de R$ 0,015 por quilowatt-hora consumido.

Já a bandeira vermelha, anunciada para o próximo mês pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para todo o sistema, significa que a oferta de energia para atender à demanda dos consumidores ocorre com maiores custos de geração, com maior operação de termelétricas. A tarifa terá acréscimo de R$ 0,03 para cada quilowatt-hora consumido.

Campos ressalta que o sistema vale para todas as classes de consumidores. Dessa forma, quanto maior for o consumo mais significativo será o impacto da metodologia adotada pela agência governmental.

Por outro lado, as distribuidoras deverão ter impactos positivos com a mudança. Campos lembra que o aumento de custo somente poderia ser repassado ao consumidor final na data do reajuste anual, que no caso da Cemig é em 7 de abril. Com o novo método, haverá uma redução no empenho de recursos da concessionária para a compra de energia, melhorando o fluxo de caixa.

Despesas - O setor energético é afetado pela crise hídrica no país. A Cemig, por exemplo, anunciou recentemente um aumento de 23% nas despesas entre janeiro e setembro na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. Com a queda nos reservatórios de suas principais usinas hidrelétricas, a companhia é obrigada a comprar energia elétrica mais cara para cumprir os contratos.

O aumento na despesa operacional da estatal mineira, que atingiu R$ 9,753 bilhões nos primeiros nove meses deste ano, é um dos principais fatores que explicam a queda de 11% no lucro líqüido da concessionária entre janeiro e setembro, ante igual intervalo do ano passado.

Fonte: Diário do Comércio