Construção civil: desafios para o setor em 2015



A construção civil é um dos termômetros da economia. Quando o setor aponta números favoráveis é sinal de que a economia do País está andando em cima dos trilhos. No Brasil, com a estabilidade da última década, essa área deu um salto, mesmo com a crise mundial de 2008. Mas desde o ano passado tem perdido o fôlego, principalmente com a alta da inflação. “Além de estar atrelada à economia, o setor tem outros desafios que precisam começar a ser vencidos”, comenta Rogério de Brito Cândido, diretor da Pavican, empresa da área de construção com sede em Varginha, sul de Minas Gerais.

Cândido cita dois grandes obstáculos. A primeira é a escassez de mão de obra qualificada. “De acordo com estudo da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, três em cada quatro empresas afirmam ter dificuldade com a falta de mão de obra qualificada, o que representa 74% das companhias do setor. Isso é muito para um País que quer se tornar desenvolvido. Precisamos, urgente, mudar essa realidade. Acredito que a qualificação deva vir de uma educação especializada, através de cursos gratuitos”, diz o diretor da Pavican.

Já o segundo grande desafio é a inadequação às exigências de sustentabilidade, já que a área é uma das grandes responsáveis pela emissão de carbono e gases estufas na atmosfera. Dessa forma, é imprescindível para o futuro do setor uma adequação ao contexto do desenvolvimento sustentável.

“Ainda existem outros desafios que dependem da boa vontade política para que sejam transpostos, como o excesso de burocracia e leis fiscais e trabalhistas que impedem o crescimento do setor da construção civil e de outros, como energia, exportações e varejo, por exemplo”, diz Cândido.

O diretor da Pavican acredita que os rumos políticos em 2015 acenam para mudanças positivas. De curto prazo, a recuperação econômica e grandes obras de infraestrutura – imprescindíveis para o desenvolvimento do País –, devem alavancar novamente o setor a partir do ano que vem.

Eliana Sonja