Força Expedicionária Brasileira: 70 anos de participação na II Guerra Mundial



Em setembro de 1939 teria início a maior e a mais sangrenta guerra que o mundo já viu. Os números são espantosos: 100 milhões de militares participaram do conflito mundial que resultou entre 50 e 70 milhões de mortes. Foi a mais letal até hoje, com muitos ataques a civis (principalmente judeus) e a única vez em que armas nucleares foram usadas em combate. O mundo se transformou em dois polos distintos: os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e os Aliados.

O Brasil, na época, vivia sob o governo de Getúlio Vargas que tinha relações comerciais com a Alemanha. Com a piora do conflito, o presidente colocou o Brasil sob a bandeira da imparcialidade. Mas com a ruptura comercial entre Brasil e Alemanha, e a retaliação alemã por meio de afundamentos de navios na costa brasileira, Vargas não teve outro jeito. Era o ano de 1942 e o Brasil se colocou ao lado dos Aliados.

Mas o envio de homens para ajudar no combate aos inimigos aconteceu apenas em 1944. Foi criada a Força Expedicionária Brasileira para esse propósito e, como havia poucos oficiais da ativa, foram convocados reservistas para lutar no front. O Brasil recebeu ajuda dos Estados Unidos através de treinamentos realizados em território americano. No dia 16 de julho de 1944, os soldados brasileiros desembarcaram na Itália. “O envio de soldados para a guerra foi fundamental para o Brasil, principalmente para uma melhor compreensão, por parte do povo brasileiro, sobre a importância das Forças Armadas. Foi um momento de valorização da entidade no País”, comenta Maria Alice S.V. Ferreira, proprietária da Price, que confecciona fardas e coturnos militares.

E a tropa brasileira teve uma atuação elogiada. Entre as principais conquistas dos militares tupiniquins em solo italiano estão a Batalha de Monte Castelo e a tomada de Montese. Ao longo da campanha brasileira, mais de 20 soldados do Eixo foram aprisionados pelos soldados da FEB.

“Muitos duvidaram da capacidade brasileira em enviar homens para combater os inimigos. Por conta disso, os críticos diziam que era mais fácil uma cobra fumar do que uma participação efetiva dos soldados brasileiros. Como o saldo foi muito positivo, a cobra fumando o cachimbo tornou-se o símbolo da FEB”, conta Ferreira. E completa: “Este ano se comemora os 70 anos de participação da FEB na II Guerra Mundial. Ainda que o conflito tenha sido cruel, em todas as acepções da palavra, para o Brasil foi um momento peculiar em sua história”.


 Eliana Sonja