A genealogia tem nome: Monsenhor Lefort





José do Patrocínio Lefort nasceu na cidade de Campanha no dia 5 de junho de 1914, filho de Francisco Augusto Lefort e Palmira Antonieta Alves. Realizou todos seus estudos em Campanha, onde sempre residiu. Ordenado sacerdote em Mariana em 5 de dezembro de 1937.
Professor de grego, latim, francês, geografia, álgebra e geografia no Seminário da Diocese da Campanha e em outros colégios da cidade. A par de ser um grande educador, era também um excelente heraldista e dedicava-se à pesquisa genealógica, gosto adquirido a partir de 1939, quando passou a gerenciar os arquivos do bispado da cidade de Campanha.
         Monsenhor Lefort pertenceu a diversos sodalícios culturais, assim como a Academia Sul-Mineira de Letras, ao Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, ao Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e ao Colégio Brasileiro de Genealogia, no Rio de Janeiro, admitido que fora no ano de 1961.
         Sua morte, em 15 de dezembro de 1997, sem sombra de dúvidas, abriu uma grande lacuna na vida intelectual não só no Estado de Minas Gerais, mas, sobretudo no Brasil, mormente no campo da História e da Genealogia.
         Monsenhor Lefort era, no dizer de vários contemporâneos seus, um pesquisador cuidadoso, conhecido pelo respeito que dava às fontes; seus profundos conhecimentos sobre o sul das Minas Gerais serviam como referência para aqueles que o procuravam na tentativa de elucidar fatos e personagens da História e da Genealogia mineira.
Dentre as obras de sua autoria, destacam-se: Anuário Eclesiástico da Diocese da Campannha (25 volumes – obra escrita entre os anos de 1939 a 1963); Varginha (1953); O Sul de Minas e as Bandeiras (1963); Descoberta e povoamento do Sul de Minas (1970); A Cidade da Campanha (1970); Padre Vítor - o campanhense trespontano (1989); Nhá Chica - Francisca de Paula de Jesus Isabel (1989); Famílias Campanhenses (1995).
Dado relevante em sua produção é que o capítulo intitulado A Família Vilela, da obra de José Guimarães conhecida como “As Três Ilhoas", do ano de 1990, foi praticamente todo ele inspirado nos estudos de sua lavra.
Não restam dúvidas que qualquer pesquisa séria que se queira fazer sobre o sul das Minas Gerais ficará a mesma incompleta se não lhe forem adjudicados dados compulsados em suas obras. O nome do monsenhor Lefort inscreve-se com letras versais na historiografia mineira, símbolo de seriedade e exação nas pesquisas genealógicas que desenvolveu ao longo de sua profícua vida sacerdotal.

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* Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais