Plínio Mota: poeta e educador




Plínio Sérgio de Noronha Mota, escritor e professor, nasceu em Carmo de Minas, quando ainda era Carmo do Pouso Alto, em 7 de abril de 1876. Filho de Francisco Ancelmo da Mota e de Maria Clementina de Noronha, foi batizado na igreja de Nossa Senhora do Carmo em 16 de abril de 1876.
        
Concluiu seu curso superior pela antiga Escola Normal de Campanha, lecionando em Carmo de Minas, em Andrelândia e em Conceição do Rio Verde, onde teve a oportunidade de fundar o Colégio Nossa Senhora da Conceição. Na cidade de Machado, foi reitor do Ginásio Machadense e diretor do Ateneu Machadense.
         Funcionário público estadual, atuou como inspetor escolar em diversas escolas normais, tendo, posteriormente, exercido o cargo de inspetor técnico do ensino federal até a sua morte. Plínio foi casado com a senhora Gentil Carvalho Motta, de cuja união nasceram quatro filhos.
         Jornalista, colaborador em diversos jornais de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, sócio fundador da Academia Mineira de Letras, ocupando pioneiramente a cadeira nº 39, patronímica de Basílio da Gama, no ano de 1909. Também foi membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais – IHGMG.
         Segundo seus mais afamados biógrafos, Plínio Mota cantava em versos como ninguém o seu amor à natureza, tomando como cenário a serra da Mantiqueira, suas matas, seus rios e sua fauna.        
        
Em derredor de mim, pompeava a primavera!
Flores por toda a parte, e aromas e alegria.
Tudo estava a sorrir, mesmo a celeste esfera.
Somente o vasto mar chorava aquele dia.
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Eu lhe interrogo, então: Por que marulhas tanto?
Por que ficas, assim, chorando horas inteiras?

Por não poder beijar (diz-me ele) o régio manto,
O manto, verde-azul, das montanhas mineiras.
         (A tristeza do oceano)
                           
         São de sua lavra as obras Flores Mineiras, Esmeraldas, Frauta Ruda e Paros, Pena de Talião, entre outras.
         Segundo informações constantes das Efemérides da Academia Mineira de Letras, Plínio Mota faleceu recitando o soneto

Ave Maria
Bendito seja o nome de Maria
Rosa de Jericó, que não fenece.
Ao ciciar dulcíssimo da prece,
A minh’alma, ao ouvi-lo, se extasia.

Que doce nome! Estranha melodia
Que faz sorrir aquele que padece,
Estrela vesperal, que resplandece
E norteia o viajor que se extravia.

Ave Maria! Ave, Regina Coeli!
Que o vosso amor, que a todo amor excede,
Me guie para vós, pobre mortal!

E como é bom, depois de longo exílio,
Tranquilamente repousar o filho
No carinhoso seio maternal!

         A Academia Caxambuense de Letras homenageou-o como patrono da cadeira nº 14, que fora ocupada, originariamente, pela professora Maria Ângela Dantas Lahmann. Também a municipalidade prestou-lhe homenagem dando seu nome à uma das ruas do centro da cidade.
         Plínio Mota faleceu em Caxambu em 15 de junho de 1953 e sua esposa, que era natural de Baependi, em 30 de junho de 1996, com 74 anos de idade.

Por Paulo Paranhos