Muito triste observar que de um lado torcedores felizes, comemorando de maneira saudável, extravasando sua alegria, enquanto de outro lado adolescentes e jovens embriagados se envolvem em brigas, discussões, agressões que podem alcançar níveis muito graves. É exatamente o quadro pintado nas ruas após os jogos. A coisa funciona da seguinte maneira, na maioria dos casos, na parte de cima do Calçadão a comemoração tem fluido de maneira ordeira, enquanto do meio em direção a praça “o bicho pega”.
O que causa mais espanto e preocupação é que antes os envolvidos, em sua grande maioria, eram só do sexo masculino e com idade acima dos 15 anos. Contudo, constatamos que meninas com idade entre 12 e 15 anos, completamente embriagadas, assumem uma atitude de sensualidade e agressividade excessivas. Elas atacam outras jovens por motivos banais, ou mesmo sem motivos, buscando a luta corporal. Após as demonstrações, por elas percebidas como força vão para as redes sociais se vagloriar de seus feitos. São formados grupos específicos para abordagem do dito “feito”’, onde frases como: “ Olha akii queridas passem longe de mim q da próxima eu machuco”, “ Vo carca bebida na ...”, Passa longe de mim que eu não falo eu ajo”, são seguidas de risadas e imagens de armas de fogo, bombas, socos, entre outras. Além dos diálogos onde o sexo é levado de forma promíscua e vulgar. Experiência sexual e agressão física para essas meninas são sinônimo de popularidade.
Um problema social gravíssimo, onde a inversão de valores e a omissão são nitidamente percebidas. Quem são os responsáveis para coibir os excessos e tratar dos problemas relacionados aos menores? O que está sendo feito?
É preocupante, os riscos à sociedade são incalculáveis, integridade física de inocentes, vandalismo, depredação do patrimônio público e de bens particulares, assim como, a própria saúde mental e o futuro desses menores é que estão em jogo.
Não é possível fechar mais os olhos, é preciso discutir e cobrar as responsabilidades, para prevenção e o combate aos excessos praticados.
Um momento de festa e comemoração não pode ser destruído por uma minoria. Pessoas devem ser tratadas, responsabilidades tem que ser cobradas e assumidas. Não podemos mudar o mundo, mas podemos fazer a nossa parte ajudando aos outros e a nós mesmos. Não é só coibir, penalizar, mas tratar o problema na raiz.
Omissão, omissão, omissão, até quando? Você pode ser a próxima vítima, seus filhos, seus netos.
Vidas podem ser resgatadas ou definitivamente perdidas.
Por Roberta Pimenta