Proprietário arrecada dinheiro de clientes e doa a pessoas com câncer.
Zé do Alvino herdou o estabelecimento do sogro e oferece variedade.
Mangueira, carrinho de mão, panela, xícara, gaiola, bicicleta, chapéu e solidariedade são os “produtos” que podem ser encontrados no casarão que se tornou símbolo do bairro Gaspar Lopes, em Alfenas (MG). O lugar é definido como ‘onde se encontra de tudo’. Aos 72 anos, José Aureliano de Mesquita, conhecido como Zé do Alvino, herdou a venda do sogro assim como o apelido. “Eu casei com a filha dele, me mudei para cá e aqui o povo começou a me chamar de ‘Zé do Alvino’ e assim ficou”, disse.
Na venda em funcionamento há 150 anos, cliente de confiança pode anotar as despesas do mês. Tradição que foi mantida, mesmo com a modernidade, que obrigou o comerciante a instalar câmeras de segurança após vários furtos durante a noite.
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| Dinheiro doado fica pregado no teto da venda durante todo o ano (Foto: Michel Diogo/ EPTV)
Mesmo assim, Zé do Alvino guarda dinheiro no estabelecimento e para prender as notas no forro, ele usa tampinhas de garrafa e tachinhas. O dinheiro que fica preso no teto é doado por clientes do estabelecimento e destinado à Associação Vida Viva, que dá assistência a pacientes com câncer. Neste fim de ano a entidade recebeu R$ 400 em doações. “São atitudes como esta que nos motivam e fazem com que cada vez mais tenhamos vontade de prestar nosso trabalho voluntário”, comentou o presidente da associação, Mério Rodrigues Alves.
Para quem vai até o casarão, a diversidade de produtos é também um atrativo. “Além de tudo, aqui sempre tem comida e bebida e itens diferentes. Sempre venho buscar os salaminhos com pimenta”, contou o policial militar Wellington Dias Rodrigues.
Zé do Alvino vende desde panelas até bicicletas no estabelecimento(Foto: Michel Diogo/ EPTV)
E à moda antiga, Zé do Alvino sabe como cativar a clientela com um bom ‘dedinho de prosa’ e histórias engraçadas, como a do cachorro que aprendeu a esfriar ovo quente. “O cachorro olhou, olhou, chegou perto de mim, olhou de novo, soprou o ovo e comeu”, comentou.
Além de dar boas risadas, os fregueses não saem sem o que procuram. “O Zé do Alvino é uma pessoa que não tem defeito. A venda é 100% e não tenho o que reclamar dele como comerciante”, destacou o agricultor Fernando Ribeiro Marques.
Já na lista de clientes famosos, Zé do Alvino já atendeu o cantor Milton Nascimento. “Ele nasceu em Três Pontas (MG) e frequentava a venda desde o início da carreira. Desde 1965 ele passava aqui toda semana, agora aparece de vez em quando”, lembrou o comerciante ao exibir a foto com o artista. Desta maneira, Zé do Alvino mantém a tradição e a história da venda vivas, desde às 6h30 às 19h.
Do G1 Sul de Minas
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