UFMG participará dos testes de uma nova vacina dos EUA contra o coronavírus

 Deverão ser recrutados cerca de mil voluntários em Minas, mas essa fase ainda não está aprovada

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), através do Hospital das Clínicas (HC), vai participar dos testes de uma nova candidata a vacina contra o novo coronavírus, chamada de Ad26.COV2.S, desenvolvida pela Janssen-Cilag, empresa farmacêutica do grupo norte-americano Johnson & Johnson. Atualmente, a instituição já faz parte dos estudos da CoronaVac, do Insituto Butantan em parceria com um laboratório chinês.
Segundo o HC, outros 19 centros brasileiros participarão dos testes da Ad26.COV2.S, que teve o seu ensaio clínico autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na semana passada. Porém, o início dos testes no país ainda aguarda a aprovação pelo Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), órgão do Ministério da Saúde, e das comissões de ética dos centros participantes.


A vacina

O ensaio clínico aprovado é um estudo de fase 3, randomizado (quando metade dos voluntários recebe a vacina e a outra metade um placebo), duplo cego, para avaliar a eficácia e a segurança da vacina na prevenção do coronavírus em adultos com 18 anos ou mais.

Quando o início dos testes da Ad26.COV2.S for aprovado, deverão ser recrutados cerca de 60 mil voluntários, sendo sete mil no Brasil, distribuídos nos Estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia, Rio Grande do Norte e em Minas Gerais, onde aproximadamente mil pessoas deverão ser inclusas.

Terão prioridade os profissionais de saúde que atuam na linha de frente contra a Covid-19, entre eles os trabalhadores do HC. Essas pessoas passarão por uma análise de perfil e avaliação médica e, sendo elegíveis, receberão a dose da vacina e serão acompanhados por cerca de dois anos.

CoronaVac

A pesquisa a respeito da vacina chinesa, que já está em fase de testes no Brasil, é coordenada pelo Instituto Butantan, de São Paulo, e em Minas está a cargo do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos (CPDF), do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG.

Ainda não há resultados preliminares, uma vez que as informações estão sendo processadas, analisadas e não houve tempo para a coleta de volume de dados significativo. A expectativa dos pesquisadores para a aprovação da substância é grande, já que a proposta da vacina chinesa usa tecnologia conhecida e de eficácia já comprovada para outras doenças, como a gripe comum, hepatite A e B, pneumonias, entre outras.

O cronograma previsto é de que o Butantan entregue 45 milhões de doses da CoronaVac ao Sistema Único de Saúde (SUS) em dezembro deste ano, 60 milhões até março e 100 milhões em maio de 2021.

Fonte: O Tempo