O vereador Marco Antônio de Souza (PRB), que agrediu uma equipe da EPTV Sul de Minas, afiliada da Rede Globo, durante uma reportagem na manhã desta sexta-feira (4) em Varginha (MG), negou que tenha feito ameaças aos jornalistas. Marquinho da Cooperativa, como é conhecido, chutou o repórter cinematográfico Tarciso Silva e discutiu com a reporter Andreia Marques.
A agressão aconteceu quando a equipe estava na entrada do centro de triagem do antigo de lixão para fazer uma reportagem sobre o problema do transporte do lixo para o novo aterro sanitário, inaugurado recentemente no município. Quando a equipe chegou ao lixão, que é um espaço público, foi impedida de entrar no local pelo vereador que, ao ser questionado sobre o impedimento, respondeu.
"Você sabe com quem você está falando? Sabe com quem você está falando? Sabe com quem você está falando?", diz. "Aqui nóis já matou uns três, minha filha. Eu sou homem" [sic]. E depois diz que vai chamar pessoas que estão no local. "Tenho mulher pra conversar com você aí, pera aí".
No entanto, segundo o vereador, as frases não seriam uma ameaça.
"Eu não ameacei. Aquela hora que eu falei para ela, eu quis dizer para ela que lá já mataram três, eu não falei que eu matei três. Falei já mataram três aqui. Então eu quis dizer para ela que ela ia estar afetando pessoas ali que, por causa do trabalho, tem pessoas ali que já fizeram algo de errado, já até pagaram pela justiça. Então eu não falei 'o vereador matou três".
Marquinho da Cooperativa também comentou a discussão com a repórter Andreia Marques.
"Então isso que eu quero passar, pedir perdão para ela, que eu errei esse dia, discuti com ela. Aquela hora que eu falei para ela 'eu sou homem', o dizer, ela viu o que eu quis dizer para ela. Eu sou homem e não ia ficar discutindo com ela que era mulher. Então foi isso que eu quis dizer", afirmou.
Os repórteres da EPTV registraram um boletim de ocorrência na delegacia de Varginha. A Câmara Municipal de Varginha instaurou uma sindicância administrativa para apurar a agressão e designou três vereadores para compor a Comissão de Investigação Processante para apurar os fatos narrados em um prazo de 30 dias.
Em nota publicada no site oficial, o Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais repudiu a agressão. Nela, o sindicato diz que o comportamento do vereador é um ataque ao livre exercício profissional dos jornalistas e uma afronta ao direito da sociedade ser informada. o sindicato diz ainda que "é inaceitável que um bandido travestido de parlamentar, com passagens pela polícia, use do seu mandato de vereador para agredir a imprensa".
Fonte: G1 Sul de Minas