Até então, esse tipo de convocação para matrícula só é feita com quem vai iniciar os estudos aos 6 anos. Agora, os jovens também serão convidados a se inscrever, justamente pelo alto índice de evasão e desestimulo durante o ensino médio.
Dos adolescentes de 15 a 17 anos que estão na escola, 26,5% ainda não concluíram o ensino fundamental. Além da falta de atrativos no ensino, 25,1% dos adolescentes trabalham de maneira formal ou informal. Outros não tem dinheiro para o transporte coletivo, alguns são recrutados pelo tráfico de drogas.
"Há fatores econômicas, falta de interesse pelos estudos, jornada de trabalho excessiva e outros. O importante é identificar esses problemas e traçar planos. Os jovens precisam sentir que a sociedade está investindo neles", afirmou o coordenador do Programa Cidadania dos Adolescentes do Fundo das Nações Unidas para a Educação (Unicef), Mário Volpi.
Rodas de conversa. Para chegar a esse diagnóstico, antes do grande dia da virada (19 de setembro), serão realizadas rodas de conversa com jovens nas escolas e comunidades. O Unicef, que é parceiro da iniciativa, também promoverá oficinas em 84 cidades dos semiárido mineiro onde existem Núcleos de Cidadania do Unicef.
A partir desse diagnóstico, a secretaria de Estado de Educação (SEE), Macae Evaristo, promete promover mudanças curriculares e criar projetos que tornem o ensino médio mais atrativo. "Não adianta a gente propor mudanças sem antes saber o que os jovens pensar e planejam", disse Macaé.
A secretária espera atrair os jovens por meio da mobilização que será criada em torno da Virada Educação Minas Gerais, e adianta também algumas melhorias que são pensadas para 2016: ampliar o tempo diário de estudo de forma flexível em cada região e associar cada vez mais o ensino médio à educação profissionalizante e à pesquisa e inovação tecnológica. Ela garante que haverá vagas para todos os jovens que se matricularem, embora algumas regiões da cidade tenham poucas vagas, como a Norte.
Fonte: www.otempo.com.br