Música Sertaneja de Raiz é sucesso em Aiuruoca.



Sucesso total na noite de Música Sertaneja de Raiz no Museu Municipal Dr. Júlio Sanderson de Queiroz, em Aiuruoca. Mais de 300 pessoas lotaram o Auditório dos Profetas na noite de 18 de julho, onde foram convidados a fazer uma viagem no tempo e espaço da música sertaneja de raiz reavivando a força por trás de uma tradição.
O evento contou com a participação especial de Carlão de Souza e dos artistas locais: Elias Felipe Nogueira, Geraldo de Campos Siqueira, José Carlos Amaral Campos, José Otávio da Silva, Leandro Rufino dos Santos, Marcos Maciel dos Santos, Moises de Jesus da Silveira e de Paulo Roberto Senador. O evento foi carinhosamente preparado para encantar o público com a beleza, a simplicidade, a força e a autenticidade da música sertaneja de raiz. Maria Isabel de Souza também encantou com a declamação da letra da música “Rancho de Palha” de Tonico e Tinoco.
Foram relembrados grandes nomes da Música Sertaneja de Raiz como Tonico e Tinoco, Cascatinha e Inhana, Tião Carreiro e Pardinho, Inezita Barroso, Milionário e José Rico, Trio Parada Dura, Sérgio Reis, Renato Teixeira entre outros. O repertório foi criteriosamente escolhido apresentando sucessos como: Chico Mineiro, Tristeza do Jeca, Rio de Lágrimas, Pagode em Brasília, Cabecinha no Ombro, Moreninha Linda, Cuitelinho, Chalana, Andorinhas, Estrada da Vida, Menino da Porteira, Romaria entre outros.
Na abertura do evento Marco Antônio dos Santos (Secretário de Cultura) e Kariny Oliveira (Chefe de Divisão de Cultura) levaram ao público um pouco da história e da cultura sertaneja. A autêntica música sertaneja nasceu há mais de 500 anos e resiste até hoje nas vozes e violas de nossos violeiros e cantadores, e na memória de todos nós, mantendo vivas sua riqueza estética e diversidade temática.
Manifestação espontânea do povo da roça, refletindo o seu dia-a-dia de trabalho, seus amores, sua fé, suas esperanças, suas tristezas e alegrias, natureza e humanidade, tudo em forma de poesia e prosa cantadas na emoção do coração.
A música caipira, sertaneja ou de raiz…, tornou-se assim a expressão cultural mais relevante do modo de viver rural, mesclando ritmos e elementos das culturas indígena, européia e cabocla. A moda de viola é sua expressão mais conhecida.
A história mostra que a industrialização e a urbanidade muito colaboraram para profundas transformações da vida no campo, transformando sua cultura e expressão e descaracterizando aquilo que a identificava. A cultura urbana impôs seus costumes, seus valores, sua linguagem e esse é um processo que se arrasta até hoje homogeneizando os contrastes, apagando belezas, desmemoriando gerações inteiras num apagão cultural, desterrando nossas origens de seu ambiente natural.
Somente no início do século passado as músicas sertanejas passaram a ser tocadas nas rádios. Se por um lado, alcançava o mais remoto rincão no amanhecer da lida no campo cheirando a café; por outro lado, passou a ser absorvida pela Indústria cultural, tratada como produto de mercado e lucro para empresas e artistas. O Sistema impôs suas regras incentivando renovação permanente, novas formas, outros sons. Os instrumentos eletrônicos se introduziram nos palcos e gravações. As novas duplas foram instigadas a “criar” um sertanejo pop, romântico, universitário…, afastando-se rapidamente de suas raízes e origem.
Música Sertaneja de Raiz é cultura, é a expressão de um povo, de um modo de ser, sentir e agir – é a força por trás de uma tradição. É gentileza, valentia, força e sabedoria. Foi mais do que um show musical foi a valorização da beleza e autenticidade da música de raiz e a valorização dos nossos artistas locais.





Informações Prefeitura de Aiuruoca
Fotos Marlon Arantes