Cachaças feitas no Sul de Minas são premiadas no Mundial de Bruxelas

Bebidas conquistaram medalhas de prata, ouro e duplo ouro em concurso. Pingas feitas em Santa Rita de Caldas e Alterosa conquistaram jurados.

Sabor e tempo de envelhecimento. Estes são os principais requisitos que deram medalhas de ouro e duplo ouro a dois produtores de cachaça do Sul de Minas no Concurso Mundial de Bruxelasdurante o último fim de semana. Os alambiques da região alcançaram as premiações máximas no Concurso Mundial de Bruxelas, um dos mais conceituados no setor. Com as medalhas, cachaças feitas em Santa Rita de Caldas (MG) e em Alterosa (MG) receberão selos que podem ser utilizados nas embalagens.

Esta foi a 12ª edição do concurso e aconteceu em São Paulo (SP) e incluindo os produtores sulmineiro, 51 destilados de todo o país foram premiados com as medalhas de prata, ouro e outro duplo.

‘Prosa Mineira’ em Santa Rita de Caldas, MG
Há cinco anos, o empresário Rodrigo Lopes deixou o ramo da pecuária para investir na cachaça, que segundo ele, era uma área pouco explorada na região. “Eu resolvi criar a Prosa Mineira e agora fomos premiados neste concurso. Sem dúvida que isso alavanca não apenas nossas vendas, mas todo o Sul de Minas”, comentou o produtor, que vive em Santa Rita de Caldas.

A cachaça ouro, envelhecida em tonéis de umburana por dois anos, venceu a maior categoria: duplo ouro. A bebida foi uma das três entre as 204 concorrentes a levar o prêmio e é a única mineira. Já cachaça carvalho, que tem o mesmo nome do tonel onde foi envelhecida por quatro anos, ganhou na categoria ouro, com outras 13 participantes.



Todo o processo é feito no alambique, desde a colheita da cana até o engarrafamento (Foto: Reprodução EPTV)


Para fazer as cachaças que foram premiadas, Lopes conta com sete funcionários, e toda a produção é própria. Por ano, são feitos 100 mil litros da bebida. “Nós fazemos desde a colheita da cana até a produção mesmo da cachaça, tudo aqui. A cana é plantada em cerca de 10 hectares e a bebida é enviada para todo o estado de Minas Gerais, além de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul", revelou.

As duas amostras da cachaça enviadas por ele ao concurso foram provadas às cegas pelos jurados, que deram notas e, na somatória final, premiaram as feitas na região. Esta também foi a primeira vez que o produtor inscreveu as bebidas em um concurso. “O selo ainda não chegou, deve ser enviado de Bruxelas e, assim que chegar, será incluído nas embalagens”, explicou.

Em Alterosa, cachaça regional também é premiada
Em Alterosa (MG), a cachaça Cana & Lua também foi premiada no concurso. A edição ouro ganhou a medalha correspondente ao nome, e a edição simples ficou com a medalha de prata. As bebidas começaram a ser fabricadas na região em 1997.

Mas, diferente da Prosa Mineira, esta não é a única premiação da cachaça no Brasil. Em 2012 a bebida ganhou uma medalha de prata no concurso San Francisco World Spirits, realizado nos Estados Unidos.

A Fazenda Sol Nascente, onde a pinga é feita, foi fundada há mais de 100 anos pela família Terra, que produz café na região. Atualmente, a quarta geração realiza também o cultivo de cana de açúcar, que é utilizada na confecção das cachaças.



Cachaças premiadas são armazenadas em tonéis de madeira (Foto: Reprodução EPTV)


Concurso Mundial de Bruxelas
O concurso teve 419 rótulos de bebidas inscritos, sendo 215 de vinhos e 2014 de destilados. O evento é anual e esta etapa ocorreu dentro do Wine Weekend São Paulo Festival, na capital paulista.

De acordo com a organização, a etapa brasileira utiliza as mesmas técnicas e ferramentas de avaliação do que ocorre em Bruxelas, na Bélgica, tido como o maior do mundo na categoria.

No último fim de semana, 24 jurados foram escolhidos pela experiência e reconhecimento mundial para avaliar os resultados das bebidas feitas no Brasil. Ainda segundo a organização, as bebidas que recebem o selo costumam ter aumento de 30% nas vendas após a divulgação dos resultados.



Fonte: G1 Sul de Minas