A situação de uma barragem em Fortaleza de Minas tem preocupado moradores próximos.
Depois da tragédia do rompimento da barragem de Brumadinho em janeiro de 2019, as cerca de 500 pessoas que vivem em área considerada de risco na cidade do Sul de Minas têm cobrado a manutenção do local, que comporta rejeitos de minério de níquel.
Durante 16 anos, foram retiradas 13 mil toneladas de minério de níquel da área, que fica a aproximadamente 6 km de Fortaleza de Minas.
Em 2013, quando as operações foram interrompidas, pelo menos 400 funcionários da empresa responsável foram demitidos. Desde então, a barragem deixou de receber rejeitos.
No entanto, há cerca de seis meses, uma nova empresa comprou a mineradora. O objetivo era usar somente o forno industrial para produção de metal. Com a compra, surgiu um impasse entre a empresa antiga e a atual para definir de quem será a responsabilidade de eliminar o rejeito de níquel que ainda está no local.
Por conta da situação, os moradores querem saber quais são os riscos de rompimento da barragem e quem deve assumir a responsabilidade para evitar um rompimento.
“A população está preocupada, principalmente essa população da área de risco, onde pode sim esse material caso venha a atingir, são 180 residências. Se somando, três pessoas por casa, são mais de 500. Já vamos ultrapassar o número de vítimas de Brumadinho”, explicou o vereador Evair Messias Pereira (PSC).
O prefeito Adenilson Queiroz visitou a mineradora e não descartou os riscos. Mas afirmou que a prefeitura tem cobrado laudos e certificados para entender a real situação da barragem.
“Eu, o nosso jurídico, mais o engenheiro de meio ambiente, fizemos essa visita. Não que a gente entenda, mas para dar segurança para o povo. E a gente está cobrando isso da mineradora, cobramos documentação”, explicou.
Plano de contingência
Segundo a prefeitura, um plano de contingência, com treinamentos e sirenes, deve ser implantado na cidade pela nova empresa. Mas ainda não foi definida uma data.
“Eles falaram que vai ter esse treinamento para levar ao conhecimento do pessoal, até em caso de acidente, a fuga que deve ser feita”, afirmou o prefeito Adenilson.
Em nota, a empresa Nexa informou que realizou a venda dos ativos da unidade de Fortaleza de Minas para a empresa Extrativa Metalurgia em maio de 2018. Em relação à barragem, a Nexa disse que um laudo emitido no mês de março de 2019 atesta a estabilidade.
Por telefone, o porteiro da empresa Extrativa Metalurgia informou que a diretoria não permitiu a divulgação de informações ou transferência de ligação. Portanto, não irá informar quem deve ser responsável pela barragem.
Fonte: ACI BORDA DA MATA