Intelbras instala unidade no presídio de Santa Rita do Sapucaí, oferecendo emprego aos detentos



Mais vagas de trabalho para presos. É essa a contribuição que o novo galpão da empresa Intelbras, inaugurado nessa terça-feira, 12.12, irá trazer para o Presídio de Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas. O novo local atesta o compromisso da Secretaria de Estado de Administração Prisional (SEAP) com o processo de ressocialização dos presos. A obra teve um custo total de R$ 205 mil, sendo R$ 89 mil oriundos de verbas pecuniárias, R$ 40 mil da Intelbras e o restante, de R$ 76 mil, doados por empresários, comunidade e prefeituras da região.

O Secretário Adjunto, Marcelo José Gonçalves da Costa, esteve presente na solenidade de inauguração e destacou o trabalho feito pela gestão da unidade prisional. “Estou no Sistema Penitenciário há 18 anos, e esse trabalho executado aqui só nos dá orgulho dos nossos servidores, que buscam sempre contribuir com a ressocialização. A iniciativa contribui com toda a sociedade, é uma associação do trabalho e de uma política de geração de renda, que vai permitir aos presos uma sobrevivência lícita. O que temos aqui é a comunidade exercendo um trabalho de cidadania. Eu fico particularmente feliz de ver uma obra como essa concretizada, do número de pessoas que vão ser atingidas e dos inúmeros benefícios que isso irá trazer”.


Atualmente, 27 detentos trabalham dentro da unidade prisional pela empresa. Com o novo espaço a previsão é que outros 33 presos também tenham uma oportunidade, podendo ainda aumentar o número de vagas para 70 custodiados. Nas próximas semanas será feita a instalação da linha de produção e em janeiro começará o trabalho.

Para o juiz da Vara de Execuções de Santa Rita do Sapucaí, Hélio Walter de Araújo Júnior, o local é o reflexo do trabalho da comunidade. “É com muita alegria que estamos aqui inaugurando esta obra, nós ajudamos com uma parte, mas graças ao Diretor-geral, Gilson da Silva, que correu atrás de outros parceiros, isso tudo foi possível, este é um presente da cidade para o Estado. Esse trabalho afasta a ociosidade do preso e permite que nosso município se destaque ”.

A Intelbras é parceira da unidade há três anos, e trouxe para dentro do presídio uma parte de sua produção, que inclui montagem de telefones, manuais e controle remotos. Agora com o novo espaço haverá uma expansão dos produtos fabricados, como interfones, sensor de presença, alarmes, cerca elétrica, videofone, entre outros.

Segundo o representante da empresa, José Adilson Laudindo, 100 mil peças são produzidas mensalmente. “No início, quando trouxemos essa produção para cá tivemos um pouco de desconfiança, mas nos surpreendemos com o trabalho executado pelos presos. Nossos produtos são exportados para vários lugares. É com muita alegria que participamos da inauguração desse grande espaço que nos dará a possibilidade de contratar mais detentos”.

Ressocialização

Além da Intelbras, outras duas empresas de tecnologia possuem parceria de trabalho com o presídio, Indusul e D’Leon, que juntas empregam cinco presos. Há também quatro detentos que participam do projeto Pedalando Pela Liberdade, no qual, de segunda a sexta-feira, eles produzem energia, por meio de bicicletas adaptadas, para um local da cidade.

No segundo endereço da Escola Estadual Salico Teles que funciona na unidade prisional, 20 presos estudam. Há também mais 15 presos do regime semiaberto que prestam serviços de limpeza e manutenção para a Prefeitura Municipal, Secretaria Municipal de Educação e o Hospital Antônio Moreira da Costa.

De acordo com o Diretor-geral do presídio, Gilson Rafael da Silva, a meta é que em até fevereiro de 2018 cem presos estejam trabalhando. “O trabalho dignifica, enobrece, melhora a autoestima, incentiva a busca de novas conquistas e ainda dá a eles a oportunidade de ajudar as suas famílias de forma lícita. Através do trabalho eles têm condição de se ressocializar através do aprendizado de um ofício. O trabalho e a educação são essenciais para a recuperação, e aqui, sem a ajuda da comunidade e principalmente da minha equipe, nada seria possível. É uma missão difícil mas temos que tentar”.

O preso Tarcísio Marcos dos Santos, está há cinco anos na unidade e nunca havia trabalhado na área. “A oportunidade faz a pessoa e essa aqui nos faz buscar sermos pessoas melhores. E nos faz acreditar que podemos melhorar, espero que muitas pessoas possam ser ajudadas também, para sairmos e não voltarmos. É um dinheiro digno que se torna mais valioso para nós”.

Para exercer uma atividade laboral, os presos passam por uma avaliação da Comissão Técnica de Classificação (CTC), equipe composta por profissionais das áreas de segurança, psicossocial, jurídica e de saúde. São analisado diversos fatores, inclusive o bom comportamento. Pelo trabalho, eles recebem ¾ do salário mínimo e remição de pena, em que a cada três dias trabalhados um é descontado da sentença.




Fonte:SEAP MG

Texto: Fernanda de Paula

Fotos: Dirceu Aurélio